Sabe aquele dia da sua vida em que parece que tudo resolve dar errado? Começando pelo maravilhoso Paranjana que, no horário de pique (06h30min), resolve passar bem quando você está ainda no caminho até a parada de ônibus. Você até tenta correr atrás, mas o motorista é tão compreensivo que nem nota a sua desesperada presença. Inspira, expira. Tudo vai dar certo. Meia hora depois, finalmente aparece outro ônibus. Mas adivinha? Lotado de diversos braços saltando para fora da janela em busca de um pouco de oxigênio. Ou até mesmo de apenas um espaço. Inspira, expira. É apenas o começo do dia. Encaremos o desafio. Após a longa (e dolorosa) viagem até a faculdade, eis que surge uma nova pedra no meio do caminho. Ou melhor, várias pedras, carregadas de ansiedade, que insistem em ocupar um vasto espaço no nosso subconsciente e nos deixam a beira de um ataque de nervos. Mas, calma! Informam-me que a cirurgia para a retirada dessas pedras vai acontecer às 14h. Inspira, expira. A esperança é a última que morre. Aguardo, ansiosamente, até a hora marcada. Vou a passos apressados até o local indicado para a cirurgia. Chego. Porém, me deparo com um aviso colado na porta do local, que diz: estamos fechados para manutenção, volte outro dia. Inspira, expira. Quem sabe amanhã... O tempo parece passar cada vez mais devagar. Mas, enfim, é chegada a hora do entretenimento. A novela da tarde começa. “Não acredita nela! Ela é a vilã da história! Sai daí, eles vão te enganar! Não acredito que você fez isso...” e assim, a pedra da ansiedade começa a aumentar ainda mais, como uma bola rolando na neve. Mas, inspira, expira. É apenas ficção. A noite chega. Imagino que, com ela, venha a calmaria. Mas só para me deixar ainda mais feliz, vem exatamente o contrário. Brigas, discussões, blábláblás... Enfim, coisas que só tornam a pedra ainda maior. Até que, subitamente, ela começa a latejar dentro da minha cabeça. Penso rapidamente que de hoje não vou conseguir escapar (finalmente vou usar meu plano funerário!), mas logo volto a ter o meu espírito cearense, e não desisto “nem a pau”. Abro a caixinha de remédios que está guardada em um armário no quarto, retiro um comprimido para dor de cabeça, vou até a minha cama e me deito. A dor demora a passar. Minhas pálpebras vão se fechando lentamente, meu corpo relaxa, e então... Inspira, expira. Bons sonhos para mim, amanhã será um novo dia.
Luana Severo.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
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Essa crônica fiiicou muuito boa.... Pobre daqueles que vão no Parajana neh? =/
ResponderExcluirbeijo
Parabéns a Luana a autora dessa bem bolada crônica...muito massa!!!
ResponderExcluirOo
ResponderExcluirLuana ficou muito massa.Parabens...o parajana de manha e osso mesmo.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMãe;realmente ñ é nada facil entrar no Parajana, ás seis da manhã..;(
ResponderExcluirSua cônica ficou, maravilhosa.